Tuesday, November 10, 2009

Sequência: Vocação

Bom, como eu ia falando... Saí do último emprego e fiquei em casa cuidando do meu filho. Eu sabia que seria o melhor para todo mundo, mas no fundo eu sempre me cobrei no campo profissional, e achava que a decisão de parar seria um ponto final na minha carreira, afinal ninguém ia querer contratar uma mãe que não ficaria até tarde trabalhando. Pensamento bem negativo, mas realista.

Aí você começa a pensar em alternativas. Mas rolou um pânico! O que fazer? O que dá pra fazer? Daria pra voltar ao mercado sim; quando você sabe o que quer e vai atrás, não tem desculpa, não tem filho que prende, não tem preconceito que te segure. Mas se você ainda tem dúvidas? Tudo é desculpa pra não ir pra frente. E é nessa situação que eu me encontro. E pra enrolar mais as coisas, fiquei grávida de novo, hehehe

Acho que eu vou fazer teste vocacional e parar de inventar desculpas. Salários/orçamentos baixos e chefes/clientes exigentes sempre vão existir, não é mesmo? Se não dá pra fugir, conviva bem com eles. E fazer o que dá prazer é a chave do bem-estar, e disso eu nunca vou desistir, só preciso achar o caminho.

Wednesday, November 04, 2009

Vocação: qual é a sua?

Eu definitivamente fiz quase de tudo na área de comunicação e mesmo assim ainda estou em cima do muro, não sei o que quero. Comecei como recepcionista em uma agência de publicidade em que o dono era um japonês malucão que vivia gritando com os funcionários, socando e batendo nas mesas. Saí de lá correndo, acho até que aguentei demais.

Depois fui trabalhar com assessoria de imprensa, na verdade fui jogada lá pra ser "secretária" de algum setor que não me lembro agora: mandava releases por fax, datilografafa etiquetas, montava press-kits e eventualmente ajudava a organizar eventos. A empresa passou por altos e baixos, e resolvi sair, estava muito infeliz e me sentia incompetente, apesar de todos gostarem do meu trabalho.

Aí fui pra uma agência grandona dessas que aparece em revista pra fazer checking, o que significa verificar se todos os anúncios foram veiculados. Nem preciso dizer que não deu muito certo.

Queria mesmo trabalhar com redação publicitária, então fui chamada por uma empresa pequena onde me ofereceram um cargo como redatora. Fiquei lá uns bons anos, até que me mudei para Los Angeles com meu marido, onde fiz um curso de design gráfico.

Voltei de lá e trabalhei em 3 lugares como assistente de arte, sempre com baixos salários e sem registro correto na carteira. Até conhecer um profissional muito talentoso que já tinha montado uma empresa, e resolvi investir uma grana pra entrar de sócia. Posso dizer que coloquei ali minha alma, sangue e lágrimas (muitas lágrimas). Saí da sociedade chateada e muito triste, até com um rancorzinho incômodo, daqueles que a gente insiste em dizer que não tem.

Bom, a história não acaba aí. Fiquei muito traumatizada com essa última experiência que não quis mais fazer criação. Achei que era preparada pra assumir algo que envolvesse planejamento, pesquisa, etc.

Aí entrei pra outra empresa "grandona" dessas que sai em revista. Uma empresa muito respeitada e cheia de prêmios, ou seja, um sonho de consumo pra qualquer profissional. Entrei como gerente de planejamento, e logo de cara fui apresentada a um projeto de um novo portfolio que virou um pesadelo pra mim, ou seja, só levei bronca e de novo me senti uma completa incompetente! Logo depois deste desastre inicial, fui incumbida de cuidar do financeiro e do mailing, coisas completamente burocráticas. Posso dizer que dei um jeito nessa área, mas fui tateando no início sem ter muita certeza do que estava fazendo, e aí vieram broncas homéricas na frente de todo mundo, dessas que tiram nosso chão e deixam a gente arrasada. Daí pra frente foram momentos de extrema insegurança misturados com pequenos elogios e broncas pra lá pra feias. Isso sem contar que fiquei grávida. Bom, consegui aguentar até sair de licença, mas quando voltei, a sensação ruim era insuportável, e com muita firmeza resolvi pedir as contas.
Continua...